Pela facilidade em conseguir empréstimos, iniciativa no município é vista como uma das melhores opções para pequenos empresários investirem em seus empreendimentos.

Abrir seu próprio negócio em qualquer área é sempre um desafio, principalmente para quem nutre certa desconfiança com o futuro dele. Na maioria das vezes, investir logo na arrancada do caminho se torna primordial para alcançar o sucesso, porém, as ações não podem parar diante da constante manutenção do patamar de qualidade daquilo que se oferece. Agora, imagine turbinar financeiramente seu ofício com empréstimos que garantam facilidade e uma baixa taxa de juros. Esse é, justamente, o objetivo do Programa Gaúcho de Microcrédito, que já favoreceu cerca de 500 pessoas em Taquari, movimentando uma quantia que ultrapassa a marca dos R$ 3 milhões.

De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, a taxa total de empreendedorismo no país aumentou substancialmente: de 23%, em 2004, para 34,5% no ano passado. Metade desses empreendedores abriu seus negócios há menos de três anos e meio.

Criado em 2011, o Programa Gaúcho de Microcrédito já financiou R$ 354 milhões para 60 mil pequenos empreendedores espalhados em 433 municípios do Rio Grande do Sul. A maior parte dos empreendimentos, 90%, é considerada informal. O que significa o atendimento a um importante setor da população que, historicamente, não tinha acesso às linhas de crédito. Destinado a microempreendimentos populares, à economia solidária e à agricultura familiar, o programa vem obtendo expressivos resultados com uma política que envolve o acompanhamento dos beneficiados e a autossustentabilidade.

Desde o início do programa em Taquari, foram firmados 487 contratos e liberados mais de R$ 3 milhões. Somente de 2013 até o momento, 416 contratos e cerca de R$ 2,5 milhões destinaram-se aos taquarienses. “Nossos clientes, através do Programa Gaúcho de Microcrédito, conseguem recursos para realizar investimentos em seus negócios, continuando a gerar emprego e renda. Nosso compromisso de investir no pequeno para que ele cresça e ajude no desenvolvimento de Taquari continua o mesmo”, diz o supervisor de planejamento da Secretaria da Indústria e Comércio e coordenador do Programa de Microcrédito no município, Michael Sladek.

O financiamento que proporciona capital de giro e possibilita investimentos para microempresários em seus empreendimentos vem, desde o início de seu funcionamento, em julho de 2012, levando uma linha de crédito facilitada aos microempresários. “O programa é um instrumento de mudança social, e a Prefeitura trabalha como um facilitador para que os empreendedores possam investir em seus empreendimentos e, consequentemente, em seus sonhos, provendo emprego e renda”, completa Michael.

Segundo ele, a única exigência é que o empreendedor tenha pelo menos seis meses na área que está solicitando o crédito. “A maior parte dos nossos empreendedores é informal. Quanto à documentação necessária quando se trata de pessoa jurídica, pedimos para que se apresente cópia do contrato social, cartão CNPJ, cópia dos documentos e comprovante de residência de todos os sócios. Os avalistas devem possuir RG, CPF e comprovantes de endereço e renda. Quando o empreendedor é informal e encaminhado na pessoa física, os documentos são RG, CPF e comprovante de endereço. Pedimos o mesmo para o avalista”, destaca.

Michael salienta que o limite de crédito atualmente é de R$ 15 mil, e o valor pode ser financiado em até 15 vezes. “A quantidade de parcelas dependerá do investimento realizado pelo cliente. Quando for para compra de alguma máquina, equipamento, reforma, construção ou aquisição de veículo, por exemplo, o prazo é de até 15 meses. A tarifa para giro e fixo é a mesma, o que muda é o prazo. Hoje, nós trabalhamos com uma taxa de juros de 2,48% ao mês. Mesmo com o aumento que tivemos, ela continua sendo a melhor opção, já que a maioria dos nossos empreendedores é informal e tem alguns problemas em conseguir crédito no sistema tradicional, devido à dificuldade de apresentarem garantias, o que faz com que não tenham acesso, ou quando muito consigam um crédito com taxas altas. O programa vem para suprir essa lacuna, oferecendo um crédito desburocratizado e com uma tarifa diferenciada de juros”, reforça.

Criança feliz

Após ler matéria sobre o Microcrédito veiculada no jornal O Açoriano, Paulo Renato Souza da Rosa, conhecido como “Criança”, decidiu buscar mais informações sobre o programa diretamente no setor, localizado na agência do Sistema Nacional do Emprego (Sine) de Taquari, na Rua Sete de Setembro, número 1835, antigo prédio onde funcionava a Caixa Econômica Federal. Paulo reside no bairro Passo da Aldeia, e desde 1992, na disposição de seus 47 anos, abre diariamente as portas do “Mercado do Criança”. Solícito e receptivo, ele conta com alegria sua experiência com o Microcrédito, que já lhe rendeu a ampliação da estrutura física de seu comércio e novos refrigeradores, além de aumento de clientela, é claro.

“Confesso que, no começo, não acreditei que pudesse dar tão certo. Mas fui surpreendido. Para mim foi muito bom, pois praticamente recomecei no comércio. Optei pelo Microcrédito em razão dos juros, que são melhores e bem acessíveis. Além disso, o atendimento que recebi foi excelente. A burocracia dos bancos e os juros altos também contribuíram para minha escolha, e ainda a rapidez com que fui atendido. Tudo se encaixava em meu orçamento”, afirma.

A arte de lidar com o povo o acompanha de geração a geração. Seu avô, assim como seu pai, era dono de um comércio. Hoje com duas filhas e o auxílio da esposa nas horas vagas, Paulo construiu novos espaços em seu minimercado, o reestruturou e incrementou ainda mais os equipamentos. “Na primeira vez tirei R$ 5 mil; na segunda, R$ 7.500; e na terceira, R$ 3 mil. É um investimento com retorno; um empréstimo para você retornar, e não simplesmente gastar”, revela.

Em 2006, Paulo abraçou sozinho a administração do estabelecimento, que dividia com seu irmão desde 1992. “Ele acabou se aposentando e eu segui em frente com as vendas. Hoje oferecemos variedades, como material elétrico, hidráulico, produtos de limpeza, alimentos em geral e congelados. Na medida em que investimos, o movimento aumenta. Contratei pedreiros e carpinteiros para executar as obras, então é um giro que beneficia a todos. Se não fosse o Microcrédito, não teria como fazer tudo isso. Recomendo para quem quiser aderir. É um investimento que garante bom retorno”, elogia.

Uma mão para começar

Alison Ramon Costa de Souza iniciou seu empreendimento com a ajuda do Microcrédito. Foi através do programa que a aquisição de uma picape no valor de R$ 8 mil se tornou realidade. “O Microcrédito me deu facilidade de acesso e boas taxas de juro para começar meu negócio no ramo da pintura”, detalha. Com o veículo, o transporte dos materiais usados no dia a dia se torna facilitado. “Hoje, tenho todos os utensílios necessários para executar um serviço rápido e com melhor acabamento. Utilizando o crédito de maneira correta, pode-se começar um bom negócio e crescer profissionalmente”, acredita.

O jovem também enaltece a rapidez do atendimento e algumas vantagens que encontrou logo que recebeu o benefício do Microcrédito para poder dar o pontapé inicial em seu empreendimento. “Com certeza, a maior vantagem desse programa é o fácil acesso ao crédito. Como eu estava começando e não tinha capital nem material, essa agilização rápida me ajudou bastante”, diz.

Na opinião do prefeito Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco, o Microcrédito é um facilitador para quem deseja realizar o sonho do próprio negócio. “O programa é o ideal, seja para comprar materiais, equipamentos ou melhorar o ambiente. E a taxa de juros desses empréstimos é uma das melhores. Empreendedores formais, informais e individuais​ podem nos procurar, pois uma equipe capacitada os espera para esclarecer todas as dúvidas sobre formas de pagamento, prazos e limites do empréstimo”, sublinha.

Fique por dentro

O Programa Gaúcho de Microcrédito pode ser encaminhado na agência do Sine de Taquari, localizada na Rua Sete de Setembro, número 1835. O horário de atendimento vai das 7h às 13h.

O que é o Programa Gaúcho de Microcrédito?

É um projeto do Governo do Estado do Rio Grande do Sul em conjunto com o Banrisul, coordenado pela Secretaria da Economia Solidária e Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sesampe).

Qual é o objetivo desse programa?

É oferecer um financiamento simples e rápido para todos que possuem pequenos negócios, tanto formais quanto informais, os quais desejam ampliar seu empreendimento ou investir.

Quem pode se beneficiar com o Programa de Microcrédito?

Todos os donos de pequenos negócios, tanto na indústria quanto no comércio, desde que comprovadamente exista o empreendimento.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Data de publicação: 27/11/2015

Créditos: Juliano Kern

Créditos das Fotos: Juliano Kern

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